Jogando xadrez

Tentei jogar xadrez com o destino

mas ele anteviu todas as minhas jogadas...

Se fosse baralho seria um jogo de "cartas marcadas"!

Ele jogou primeiro e fez o primeiro lance...

As casas da minha rua, como as casas do tabuleiro,

todas do mesmo tamanho - umas pretas e outras brancas...

Fui peão a vida toda

e trabalhei feito um cavalo

pra conquistar minha rainha

e ouvi sermão de um bispo gordo e sebento

que paparicava as moças da paróquia...

Eu sempre acuado, tentando ocupar algum espaço - em vão!

Mas o rei adversário me pôs em xeque

taxando até o ar que eu respirava;

e por uma manobra da lei tirou-me o barraco...

Meus cheques - sem fundos!

Passei a viver de porre

e minha rainha foi morar na torre

com um "jogador" de mais sorte!

Revidei... ataquei com todas as minhas forças...

Fui preso e condenado...

O xadrez virou meu mundo

mas minha pena não é de morte – que pena!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 20/12/2005
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