Na ampulheta do meu coração...
Sinto o teu passo pelo vazio da alma, e enxergo a claridade
Sigo pela luz mas o caminho é longo e infinito
A dor na garganta nada mais é do que sede, ah sede!
Essa que me leva para longe, para uma montanha insana e cristalina
Pura alma, fina alma que conduz uma dança diferente da minha
De nada vai adiantar esboçar um sorriso ou alavancar uma gota de luz
Na fina e clara poesia individual, me faço real e puro
Esgoto cada pingo de tinta em meus dedos, faço trovas e tal
Dedico cada segundo para alguem que nem sequer vai ouvir
Os gritos dessa saudade imaculada pelo santo coração
Faço então das minhas preces, um santuario de canções
Pela qual sofrer nada mais é, do que sentir saudades
Ouvir e lembrar cada beijo, cada abraço e sofrer...
Na ampulheta do meu coração, grãos de areia ofuscam e ferem meus olhos
E eu fico esperando o tempo me jogar aos minutos
Sou obrigado a sentir cada milesimo, esfaquear minha carne
E meu sono, necessidade pela qual tanto lutei
Agora nada mais é do que pura vaidade
Sonho quando quero, atuo quando quero
Porem, vivo meu pesadelo dia-a-dia
E não basta sono ou cansaço, mas sim
Flashes que minha memoria insiste em me mostrar
Uma parede com fotografias do nosso amor
Por tras de um fino reboque de tristezas...