À toa
Ando à toa na rua,
Estou inteiro na tua
Saudade dói de sentir
Chove então nos meus olhos,
Faróis de carros distorcem
As lembranças que vêm me ferir
Sinta,
Muito mais que um segundo,
Muito mais que o mundo
Deixa,
Abraçar seu abraço,
Alma, corpo e espaço
Se chove, então deixa chover
Vejo a cidade em espelhos
Um reflexo perfeito
Contra o avesso de tudo que vi
A cada esquina procuro
Encharcado e mudo
Correr do passado, fugir
Atravesso a rua depressa,
Por favor não me peça
De ti nunca vou esquecer
Estou só e a cidade,
Me mostrando a verdade
- Se chove, então deixa chover
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Poema integrante do livro: Sob a bruma paulistana
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