À toa

Ando à toa na rua,

Estou inteiro na tua

Saudade dói de sentir

Chove então nos meus olhos,

Faróis de carros distorcem

As lembranças que vêm me ferir

Sinta,

Muito mais que um segundo,

Muito mais que o mundo

Deixa,

Abraçar seu abraço,

Alma, corpo e espaço

Se chove, então deixa chover

Vejo a cidade em espelhos

Um reflexo perfeito

Contra o avesso de tudo que vi

A cada esquina procuro

Encharcado e mudo

Correr do passado, fugir

Atravesso a rua depressa,

Por favor não me peça

De ti nunca vou esquecer

Estou só e a cidade,

Me mostrando a verdade

- Se chove, então deixa chover

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Poema integrante do livro: Sob a bruma paulistana

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Domm Paulo
Enviado por Domm Paulo em 21/02/2008
Código do texto: T869814