TAPETE COR DE VINHO

Prometo escrever um texto sem mágoas.

Me faço de louco e olho por entre

portas entre-abertas.

Encontro você, deitada no tapete cor de vinho.

Mas, de certo, você não está morta.

Pode estar de fogo. Ou de flog.

Mas, se não for você, tem alguém com sua cara.

E está devidamente deitada alí.

Então me pergunto todo avexado:

O que faria uma mulher tão ereta

deitada num tapete cor de vinho?

A cor também inebria.

A imaginação também alucina.

A alucinação também me faz enxergar

um tapete cor de vinho.

Antes de cair, o que você tomou?

Vodka?