PARAÍBA, O ÉDEN NORDESTINO
Quem conhece a Paraíba,
Este estado brasileiro,
Por certo lembrar-se-á,
Ser este, um pioneiro
Na arte da agricultura,
É cana-de-açúcar pura,
Desde Bayeux a Monteiro.
Cultiva-se o abacaxi,
Milho, mandioca e feijão,
Bananeira dá no brejo,
Sementes vêm do Sertão,
O sisal nos dá a fibra,
Da terra que nos abriga,
Também vem o algodão.
Com seu clima tropical,
Variando ao semi-árido,
Do relevo pré-cambriano,
Na história isso é válido;
Seus sítios arqueológicos,
Dispensam diagnósticos,
Nesse solo fértil e cálido.
Há Tabuleiro e Planalto,
Também há a Depressão,
Longa Serra de Teixeira,
Lá nas glebas do Sertão;
Mata, manguezal, cerrado,
O caboclo tem cuidado,
Com a Serra da Viração.
Os seus rios litorâneos,
Que nascem na Borborema,
Planalto onde o vento sopra;
Nas grutas a bela falena,
Tem seus rios sertanejos,
Correm ao norte em lampejos,
Dá gosto se ver a cena.
Seu porto em Cabedelo,
De um grande potencial,
Transporta para a indústria
E p'ro meio comercial,
Variando pouco a pouco,
Arte do clássico ao barroco,
Do rústico ao colonial.
Das suas grandes cidades,
Destaca-se Campina Grande,
João Pessoa é a capital,
Tem Cajazeiras e Conde;
Santa Rita e Guarabira,
Patos, Souza e sem mentira,
Caaporã não se esconde.
Não poucos são os notáveis,
A permear nossa literatura,
Poeta Augusto dos Anjos,
Pedro Américo na pintura
E o José Lins do Rego,
Que a escrita tinha apego,
Foi um homem de lisura.
José Américo de Almeida,
Natural da cidade de areia,
Em seu livro “A Bagaceira”,
A boa escrita semeia,
O dramaturgo Ariano,
Descreve o cotidiano,
De quem a história ladeia.
O Assis Chateaubriand,
Um jornalista de proa.
Fora um grande presidente,
O Epitácio Pessoa.
André Vidal de Negreiros,
Serviu aos brasileiros,
Na Colônia da Coroa.
Como bem, Felix Araújo,
Chico César e Zé Ramalho,
O poeta Anésio Leão,
A Elba faz seu trabalho,
O Músico Herbert Viana,
Da guitarra o som emana
E do toque do chocalho.
Na cultura do seu povo,
Na cor a miscigenação,
Vem do branco e europeu,
P’ro solo desse torrão;
Veio o negro africano,
Fez-se o índio conterrâneo,
E todos em um só brasão.
Homenagens sejam feitas,
A todos os ancestrais:
Os Tapuias e Tarairús,
Cariris e tupinambás;
Gente de garra e valores,
Foram grandes lutadores,
Os aborígenes locais.
Que o povo paraibano,
Saiba guardar tais valores,
Na bandeira escrito “NEGO”,
João pessoa sem temores,
Negou porque não achava,
Que em nada melhorava,
Quem fora os prometedores.
Espero Ter lhes passado,
Um pouco do que eu vi,
Dessa terra brava e forte,
Aonde sempre eu vivi;
Embora more distante,
Fez-se o coração amante,
Dessa terra onde eu nasci.
Rio de Janeiro, 17 de Fevereiro de 2008.
Feitosa dos Santos
DEDICATÓRIA:
Dedico este poema a todos os paraibanos, que mundo afora se espalharam e que buscam em cada lugar, elevar o nome dessa terra mais querida, encravada no nordeste brasileiro. Dedico em especial ao grande amigo, professor, cordelista, poeta, membro da ABLC e detentor de uma cultura regional invejável: Ivamberto Albuquerque de Oliveira.