No batente
No batente se recosta e, sono
Embora humano equivale à lixo
Tal bicho que revira a sobra
Serragem e pó de mundana obra
Sol à pino vem coroar
Rês sem trono, a pietá
Em roto manto ocultará
A fome perene, olvidar
Sua malquista realidade
Draga seiva na indiferença
Vassalos em tensa aliança
Núpcias de ódio e ganância
Torpor de pedra e passos
Jornada dolor de delírios
Padece ignoto no passeio
Sem pão, nome ou brios
Gente que parece estorvo
Se aninham entre os cães
Irmanam afugentando o frio
No batente, todas as manhãs