No batente

No batente se recosta e, sono

Embora humano equivale à lixo

Tal bicho que revira a sobra

Serragem e pó de mundana obra

Sol à pino vem coroar

Rês sem trono, a pietá

Em roto manto ocultará

A fome perene, olvidar

Sua malquista realidade

Draga seiva na indiferença

Vassalos em tensa aliança

Núpcias de ódio e ganância

Torpor de pedra e passos

Jornada dolor de delírios

Padece ignoto no passeio

Sem pão, nome ou brios

Gente que parece estorvo

Se aninham entre os cães

Irmanam afugentando o frio

No batente, todas as manhãs

Domm Paulo
Enviado por Domm Paulo em 09/02/2008
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