Estilhaços

Minha alma quebrada em pedacinhos,

Estilhaços imprecisos e diversos,

Dispersos pelo chão, reluzentes

Como estrelas num céu refletido nas águas de um lago

Onde busco reconhecer-me . . .

Sou a memória de um lugar

Onde já fui feliz . . .

Meu Deus, outrora eram girassóis com largos sorrisos

Para dias infinitamente claros, céu azul, odor de frutas maduras! . . .

Outrora, tecia a vida com fios de sonhos

E era feliz!

Minha alma errante perdeu-se pelos atalhos da vida,

Ébria de encantamento,

Sonhando com as cores do arco-íris . . .

As ilusões esvaíram-se etéreas, farrapos de nuvens levadas pelo vento outonal.

Quedei-me sóbrio, atônito, diferente de mim,

Aparvalhado diante do chão reluzente

Dos pedacinhos de minha alma,

Imprecisos, dispersos . . .

Oliveira