AUSÊNCIA

E foste a lágrima

a última embalagem,

embrulhei-me na dor

da ausência,

eras o invólucro

da despedida.

Enlutei-me no abandono

dos teus olhos,

Por quem choraria

no leito vazio?

Vigiei

cada dia a esperança

até o limite

da exaustão,

no limiar

da ilusão

vaguei em todos espaços,

já não eram mais passos,

era procissão.

Desabotoei

a fantasia do regresso,

me despi na estrada

do teu figurino

que

ainda menino,

lhe dei

para que foste

a minha entrada

e eu o teu ingresso.

Até que um dia

a lágrima secou,

o leito exauriu,

não sobrou

nem uma migalha

do amar

então,

da forma

que partiu,

você voltou,

eu não estava mais lá,

apenas a mortalha

e uma carta

que não o tempo

não soube rasgar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 25/04/2025
Reeditado em 25/04/2025
Código do texto: T8317486
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.