NOITE SEM FIM

Encontrei-te

todas as vezes

que no silêncio

reconheci

a textura da tua pele.

A noite aguardava

os suspiros,

na cumplicidade

dos beijos

inventávamos

formas amordaçadas

de amor,

na mudez do lençóis,

na nudez que eles

encobriam, e

se incumbiam

de ocultar.

Não bastava

mais que um olhar,

em nossas aritméticas

os outros olhos eram

os dos desejos,

que de tantos,

se perdiam

em infinitas equações.

E assim íamos

nos degustando

nos assoalhos febris

das camas,

nas camadas

dos prazeres juvenis.

Não haveríamos

de ter pressa

um átimo,

no íntimo,

era a medida

do infinito,

e a noite

estava apenas

começando

com ânsias

de nunca se acabar.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 21/04/2025
Reeditado em 22/04/2025
Código do texto: T8315012
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