NOITE SEM FIM
Encontrei-te
todas as vezes
que no silêncio
reconheci
a textura da tua pele.
A noite aguardava
os suspiros,
na cumplicidade
dos beijos
inventávamos
formas amordaçadas
de amor,
na mudez do lençóis,
na nudez que eles
encobriam, e
se incumbiam
de ocultar.
Não bastava
mais que um olhar,
em nossas aritméticas
os outros olhos eram
os dos desejos,
que de tantos,
se perdiam
em infinitas equações.
E assim íamos
nos degustando
nos assoalhos febris
das camas,
nas camadas
dos prazeres juvenis.
Não haveríamos
de ter pressa
um átimo,
no íntimo,
era a medida
do infinito,
e a noite
estava apenas
começando
com ânsias
de nunca se acabar.