DAS EFÊMERAS VEDAÇÕES

Não havia nada além que

a superficialidade

a descontruir

oportunidades,

olhos desperdiçavam-se

em opacidades.

As noites cumulavam

negrores,

sem que os sóis

viessem lhe roubar

as trevas,

suas dores,

e restituir

as visibilidades,

às minhas cores.

Eram poucos sóis,

éramos muito sós,

nas amarras,

nas travas

dos amores

éramos apenas nós.

Talvez um dia

na dúbia agonia

da espera e da esperança

do achismo e do achar

eu possa ser abismo

e uma

dúzia, eu dizia,

de luzes venha

devorar a escuridão.

Me confundo

nas coisas rasas,

vou sonhando

com o fundo

com o mundo

sem essa turvaçao.

Quem sabe

lá no fundo

eu possa sentir

que a superfície

é apenas

uma tampa

que o tempo

não veda,

mas vela

a minha própria imensidão.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 16/04/2025
Código do texto: T8311056
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