DAS EFÊMERAS VEDAÇÕES
Não havia nada além que
a superficialidade
a descontruir
oportunidades,
olhos desperdiçavam-se
em opacidades.
As noites cumulavam
negrores,
sem que os sóis
viessem lhe roubar
as trevas,
suas dores,
e restituir
as visibilidades,
às minhas cores.
Eram poucos sóis,
éramos muito sós,
nas amarras,
nas travas
dos amores
éramos apenas nós.
Talvez um dia
na dúbia agonia
da espera e da esperança
do achismo e do achar
eu possa ser abismo
e uma
dúzia, eu dizia,
de luzes venha
devorar a escuridão.
Me confundo
nas coisas rasas,
vou sonhando
com o fundo
com o mundo
sem essa turvaçao.
Quem sabe
lá no fundo
eu possa sentir
que a superfície
é apenas
uma tampa
que o tempo
não veda,
mas vela
a minha própria imensidão.