REDEMOINHO

Quantas bocas

hão de existir

no teu silêncio,

em tuas fúrias contidas,

nos lamentos reprimidos,

na saudade acumulada,

na alegria amordaçada.

No vazio

que me tocas

eu percebo,

de passagem,

quando choras

é placebo,

tua maquiagem,

quando

notas

que teu riso

é a tua imagem.

Mas se ainda te

calas,

eu te digo,

tua mudez,

guarda em ti

tua voragem,

as falas,

não são teu caminho,

tu és redemoinho,

tão bravio,

nele

não consigo

ser teu rio,

me cabe

ser apenas

tua margem.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 16/04/2025
Código do texto: T8310800
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