Raposa Voadora

 

Bebo, bebo os mistérios da noite 

Na companhia de um vinho tinto,

Cubro-me desse silêncio imenso

Que na imensidão do desejo salivo.

 

Como as vontades nas madrugadas,

Lambo os dedos melados de melaços,

Deito-me na grama qual tapete,

Navego a noite toda entre segredos.

 

São cítricas as horas na boca da noite,

É doce o voo noturno do pensar 

Ao sair pelas encostas, montanhas,

Mares, rios, fronteiras. O mundo....

Onde tudo dorme, menos o voo da raposa.