RENASCIMENTO

Observava-a,

exilava-se de toda vigília,

ia se ter em sonhos,

povoar leitos.

De alta densidade,

demográficas eram tuas dormências,

iam ocupando por completo

meus olhos,

no território do meu  imaginário

insone.

Eu a contemplava

não me permitia direitos

nem prerrogativas

de cruzar fronteiras

e invadir o seu além,

pois o teu sono

embaralhava mortos e vivos,

confudia-me as percepções,

depois compreendia

que para renascer era preciso morrer.

E que sepultura melhor

haveria de ser um travesseiro

com penas de novos úteros ?

Quando acordava,

ofertava-me o melhor dos

seus beijos,

foi buscá-lo,

à sorrelfa,

no mundo dos deuses,

eu já havia

ficado com o fogo,

aquele que Prometeu.

Juntos,

éramos um único pavio

acendíamos

em incendiárias volúpias,

em providenciais insônias,

até que Morfeu a chamasse

novamente,

e a trouxesse de volta

plenamente renascida.

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 05/04/2025
Código do texto: T8302861
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