ENTRE-ARESTAS
Fios de espumas inundam pedras
Ondas choram ausência da areia
Palavras escorregadias vagam,
Tombam ao chão tal qual sereia
A tristeza desce do olhar
Adoecendo coração que pranteia
Engulo o pranto morno
Soluço, como cobra serpenteia.
Entre arestas,
De nebulosa teia,
Meus olhos se debulham em fantasia
Dos teus sabores servidos a minha ceia
Degusto o pó da poesia
Elo essencial, que ainda me norteia,
Reascendo o sol,
Alumiado astro da aldeia
Que dormia acordado
Apagou-se a candeia...
Gilnei Nepomuceno
Denise Severgnini