E a cortina se fecha

Eis que a cortina se fecha, minha bela,

E o palco da vida se rende ao silêncio.

Partes… e em teus olhos, já não sou centelha,

Mas sombra que acena num gesto dispenso.

Não culpo o tempo, nem tua partida.

O amor, por si, já foi luz suficiente.

Mas finda a flor, finda também a vida

Do jardineiro que a regava contente.

Que fique claro: não é rancor que falo,

Mas gratidão tingida de saudade.

Fui feliz no instante em que, no embalo,

Provei do teu riso — pura eternidade.

E agora, retiro-me, como um poeta vencido,

Que declama seu verso final sob a lua.

Se não sou mais teu, que eu parta esquecido,

Mas leve comigo a lembrança tua.

E se um dia, no tempo, em brisa ou lembrança,

Sentires saudade de um amor sem igual,

Saibas: o que houve não morre, apenas dança

Nos salões da alma… num eterno final.

Adeus, meu amor. Que a vida te embale.

Que teus dias sejam firmes e gentis.

E se por acaso o destino fale…

Que lembre de nós — e nos chame de “feliz”.

Galahad Obscure
Enviado por Galahad Obscure em 01/04/2025
Código do texto: T8299536
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