DAS LONJURAS DO CORAÇÃO
Quando os olhos espreitam
astronômicas visões,
distâncias guardam-se, recolhidas,
às caixas das ilusões.
Dá-se a imaginar
outros universos,
em prosas múltiplas,
em mundos di-versos.
Os olhos,
da alma,
na agudeza
refletem,
o brilho
da grandeza.
São eles astros,
lastros de fantasias,
rastros que deixamos
em nossas utopias.
Os olhos são janelas,
o espaço, sua aquarela
onde pintamos
e damos a sonhar,
nos aproximando
do Criador e do seu criar.
E num átimo,
na dimensão
do átomo,
tudo fica
no íntimo,
do infinito...
Quando os olhos
dão a contemplar,
a insondável imensidão,
uma lágrima, tão menina,
cai como água cristalina,
das lonjuras do coração.