METADES
Das metades se faz a dúvida,
incômodo conflito entre a essência e a conveniência.
Despossuídos, usurpam-lhe
secretos desejos,
ostentam desbotadas aparências,
Vivem em demeritórias ilusões,
e guardam inquietantes lágrimas
para quando o arrependimento chegar.
A felicidade,
legítima e sublime,
não comunga
com óstias
de falsas realizações,
se queda
pensativa,
lamentosa,...
esperançosa,
esperando — quem sabe —
a sábia escolha
da metade
que vale a pena se ter.