Ecos de uma Doce Ilusão

Ó lábios que outrora foram meu altar,

onde a poesia do mundo se desfez em suspiros,

hoje sois apenas miragem a me atormentar,

um sonho esculpido em brumas e giros.

O néctar que em vós repousava em doçura,

destilado em mel que os deuses invejavam,

agora jaz além de minha sepultura,

num cálice que outras bocas provavam.

E teus braços, ó fortaleza sagrada!

foram abrigo ao errante sem chão,

mas finda a aurora, é porta fechada,

é eco vazio, é sombra em vão.

Se outrora fui rei no teu reino secreto,

hoje exílio é tudo que tenho a ofertar.

Teu beijo é um mito, teu toque um soneto,

e teu abraço... ah, teu abraço, meu mais puro lar.

Galahad Obscure
Enviado por Galahad Obscure em 21/03/2025
Código do texto: T8290665
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