SEMPRE UM TOLO
SEMPRE UM TOLO
Um dia faremos o caminho de volta,
E será preciso deixar de pensar,
Varrer o terreiro e doar a porca,
Porque meu obé não vou mais usar.
Quem sabe irás rever tua origem,
Ao voar sobre a savana africana,
Ou pelos desertos, numa vertigem,
De teres oásis, sombra e cabana.
Mas, enquanto a hora não chega,
Ou o rio não adentre no oceano,
Deves buscar o que te aconchega,
Onde possa se olhar ser humano.
Todos nós queremos as respostas,
Que nem os dias dirão na varanda,
Mesmo com nuvens e luas dispostas,
Que não mudam, se junto tu anda.
Certo é apenas o que eu vejo,
Mas o fim vou buscar entender,
E, assim, não há prata ou beijo,
Que nos traia para convencer.
Tudo é mais que o meu ministério,
Pois sou sempre um tolo aprendiz,
Que não irá viajar com o mistério,
Pois já somos rio de um chafariz.