RESÍDUO DE SAUDADE E AMARGURA

A noite de domingo,

Em tédio, escoa.

Imagino estar contigo,

Na ausência da tua voz, que no ar ressoa.

Há, na casa, uma imobilidade,

Aromas vazios de essências,

Que tangenciam a sensibilidade,

Enquanto a noite cai em frias carícias.

Ligo a luz da luminária de canto,

Como um pedaço de bolo de cenoura

E abafo no peito um desencanto,

Resíduo de saudade e amargura.

Sem nenhuma outra saída,

Tomo banho, visto meu pijama de outra era

E, debaixo das cobertas, fujo da vida,

Como um urso, hibernando, à espera da primavera,

- por JL Semeador de Poesias, no domingo, 17/11/2024