Página do meio

Uma pessoa bebe café

e folheia um livro

na praça alguém

senta-se e faz o mesmo

a cozinheira mexe a panela

e lê a página do meio

o passageiro,

na poltrona,

verifica a título

e abre o livro

na sala de espera

não é diferente

à sombra do guarda-sol,

na areia,

tem outro que folheia

a poesia impoluta

está em toda a gente

ao fundo, o mar:

verdadeiro

poema natural!