GUERRAS À VISTA

GUERRAS À VISTA

 

As guerras de hoje estão à vista,

E não dá mais para fingir ser a paz,

Pois a ganância espalha a malícia,

Pra lucrar com a dor de quem jaz.

 

Querem mortuárias em esquinas,

Onde antes eram as padarias,

Vêem lucro em todas chacinas,

Com ardis dentro de confrarias.

 

Tudo se resume no tal capitalismo,

Que surgiu dos escombros dos reis,

Porque esses se jogaram no abismo,

Pois na quitanda o mal foi freguês.

 

Sempre os ricos serão egoístas,

Que sugam as almas dos pobres,

E se dizem serem os tais pacifistas,

Mas os donos da guerra são nobres.

 

Todo pobre vive sendo enganado,

Iludido de que vai alçar a riqueza,

E lhes dizem que o do rico é suado,

Mas escondem que o suor é fraqueza.

 

Rico anda só em ar condicionado,

Quando não está na sauna curtindo,

Bebe o sangue de cada condenado,

Nos dizendo ser o vinho do Minho.

 

E quando não servimos ao lucro,

Nos explodem em Gaza ou Beirute,

Fazem graça pelo nosso usufruto,

E brindam com filés e chucrute.