Sem rumo

Entre Vôos

Entre tantos lugares

Um rumo indefinido

Um coração banido

Idas e vindas

Voltas nunca feitas

Uma espera nunca finda

Chegadas nunca aguardadas

Vida arrastada

Em um banco sentada

Cabeça abaixada

Roupa encharcada

Chuva que nada lava

É um dia cinza

Nesse novo lugar

Sem ter pra onde voltar

Deixo tudo encharcar

As mãos frias

Eternamente vazias

Se abrem para molhar

Esperando nessas águas encontrar

O fim do que vive a machucar

Enquanto o rosto ao céu se mostra

Em prece vigorosa

Se deixando lavar

Esperando que no escorrer

De dentro saia a dor e eu possa renascer

E entre cada respirar

Mais a dor se faz ficar

Tormento que não cessa

E eu com tanta pressa

Para me libertar

Levanto-me

Caminho sem rumo

Apenas sigo

E se ainda chove

As lágrimas não se farão notar

Apenas a lentidão dos passos

Podem revelar

Pois misturados a correria

Daqueles que da chuva fogem nesse dia

Passos lentos se fazem estranhar

Mas se soubessem que nem tenho onde chegar

Tal estranheza se faria desmanchar

Chove

E eu nem queria mais chorar

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 28/10/2024
Código do texto: T8184287
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