Sem rumo
Entre Vôos
Entre tantos lugares
Um rumo indefinido
Um coração banido
Idas e vindas
Voltas nunca feitas
Uma espera nunca finda
Chegadas nunca aguardadas
Vida arrastada
Em um banco sentada
Cabeça abaixada
Roupa encharcada
Chuva que nada lava
É um dia cinza
Nesse novo lugar
Sem ter pra onde voltar
Deixo tudo encharcar
As mãos frias
Eternamente vazias
Se abrem para molhar
Esperando nessas águas encontrar
O fim do que vive a machucar
Enquanto o rosto ao céu se mostra
Em prece vigorosa
Se deixando lavar
Esperando que no escorrer
De dentro saia a dor e eu possa renascer
E entre cada respirar
Mais a dor se faz ficar
Tormento que não cessa
E eu com tanta pressa
Para me libertar
Levanto-me
Caminho sem rumo
Apenas sigo
E se ainda chove
As lágrimas não se farão notar
Apenas a lentidão dos passos
Podem revelar
Pois misturados a correria
Daqueles que da chuva fogem nesse dia
Passos lentos se fazem estranhar
Mas se soubessem que nem tenho onde chegar
Tal estranheza se faria desmanchar
Chove
E eu nem queria mais chorar