A CAÇA PERDURA, ENQUANTO NOS MATAM

A CAÇA PERDURA, ENQUANTO NOS MATAM

 

Tudo vai se expandir e nascer,

Quando o solo e o clima aceita,

Pois os rios nunca vão perecer,

Mas buscar nova rota e receita.

 

Nosso volume de água é estático,

E o que muda é ser gelo ou vapor,

Ou se o lugar é saara ou ártico,

E se o capitalista lhe dá valor.

 

Hoje todo esgoto vai pro oceano,

Mas antes ele mata lagos e rios,

Droga meu lar e não é por engano,

Pois até tibetano sente arrepio.

 

Tudo é êxtase, sem saber pra onde,

Como a boiada perante o entardecer,

Pois o matadouro nunca está longe,

Talvez em Gaza, onde vamos morrer.

 

Temos o bem e o mal pra escolher,

E caberia todos sermos felizes,

Mas uns querem mais do que ter,

E querem nos ter como perdizes.

 

E a caça perdura, até com veganos,

Ceando a flora, enquanto nos matam,

Para, no final, se dizerem humanos,

Mas os assassinos não se retratam.

 

Quem quer o mel, ama a natureza,

E respeita a sua própria espécie,

Mas quem vive do fel tem avareza,

E nada basta, quando o amor padece.