MUNDO DE BESTAS

MUNDO DE BESTAS

 

Para esse mundo eu sou o crime,

Por existir e julgar o que fazem,

E só viver no limite de um cisne,

Ou como pato voando na aragem.

 

Sei que hoje sou sonhos da noite,

Pois ela me aceita como eu sou,

E não pede o meu grito no açoite,

Que o dia dá, pois o sol me achou.

 

Pensei em Diógenes e as sombras,

Se era um dia de ventos furtivos,

Pois a era em que vivo nos cobra,

Que sejamos a luz no superlativo.

 

Esse é um mundo de bestas e feras,

E não é sociável ou Jardim do Éden,

Só não pensem estar noutra esfera,

Pois nessa aqui só o mal persegue.

 

Sei que todos temos âmagos de luz,

Por sermos energia devota ao tempo,

Mas é preciso saber o que nos seduz,

Ou cada propósito no dia do vento.

 

Tudo aqui é tão veloz ou efêmero,

Que há os que desejam imortalidade,

Mas não sabem nem rezar pro tempo,

Ou viver como chama que não arde.

 

E nada justifica as batalhas,

Se a paz nos ensina o que deve,

Pois são lúgubres as mortalhas,

Mesmo quando elas são nossa pele.