PROVAR DO MEL

PROVAR DO MEL

 

Ainda me resta provar do mel,

Que seja de abelhas sem ferrão,

Pois a que ferra não é do céu,

Mas somente um produto do cão.

 

Eu só quero as abelhas com fé,

Que adocem, mas também curem,

E que seja alimento para José,

Mas que também sirva alhures.

 

Tudo o que há no mundo é bom,

Desde quando saibamos seu uso,

Mas a dose define o quão bom,

Ou se vai nos matar no abuso.

 

Tem quem pode provar cada mel,

Mas há quem seja um diabético,

Como pode ter havido Rapunzel,

Pois nem todo trançado é poético.

 

Hoje eu sei que o mundo é caro,

Pois aqui tudo tem sua função,

Como o nosso planeta é tão raro,

Que nos diz ser o nosso irmão.

 

Nós devemos prestar reverências,

Que o mundo nos cobra por dia,

Pois ele nos empresta a ciência,

A quem não souber amar poesia.

 

Esse mundo é mistério e único,

Que talvez não terá outro igual,

E ele poderá ser gozo ou púnico,

Pois nele somos só um animal.

 

É como estar num show de rock,

Com a loucura dizendo: - Aceite!

Onde as pessoas estão a reboque,

Como alguém sem mel ou azeite.