SEM RÓTULOS

SEM RÓTULOS

 

Não quero viver de rótulos,

Ou satisfazer o ego alheio,

E, assim, eu não sou apóstolo,

Nem o santo do seu devaneio.

 

Eu só quero um viver poético,

Onde eu fale ao mundo inteiro,

Pelas vidas, em um modo ético,

Ou num gozo diante do espelho.

 

Quero também o vento arredio,

Pois não estou acordando cedo,

Desde as noites escuras de frio,

Que, às vezes, me trazem o medo.

 

Sendo assim, me permito sonhar,

E o delírio é crer em verdades,

Pois minha vida é meu caminhar,

Até que perguntem: - Quo vadis?

 

No rio ou eito eu vou procurar,

Tudo aquilo em que tu não cabes,

Mas há questões de ser e estar,

Pois ninguém vale o que tu sabes.

 

E enquanto não achas o que quer,

Talvez rebusques meus alfarrábios,

Onde traças são letras quaisquer,

Mas a seiva de vida é no barro.

 

Apenas prepare o canto da sala,

Onde eu possa sentar-me contigo,

E, juntos, teremos singela aula,

Ao celebrarmos um dia festivo.

 

Cada dia da vida eu aprendo,

Mas também servirei se ensino,

Desde quando é caro o que vendo,

Mas eu cubro as metas sorrindo.