Cidade-Espelho

A janela aberta é o espelho da cidade

Quem eu vejo me vê

Me vendo, sinto saudade

A janela fechada é esconderijo

Já não te vendo, sinto liberdade

Lá fora, buzina, barulho, esboço

Aqui dentro, aflora

A tinta, o desenho, o espaço

Refaço em garrancho a cidade-espelho

Em papel borrado de café

Para desfazer todo esse embaraço

O movimento do punho finda no abraço

De pétala em pétala

Fico à flor da pele

Testemunhando a toada

Desta cidade-eu.

Brunno Vianna e Viajante Lírico
Enviado por Brunno Vianna em 23/09/2024
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