QUAL MEU FIM?

QUAL MEU FIM?

 

Nascemos com a sina da morte,

Mas não temos a data natural,

Tão somente a roleta da sorte,

Onde uma bala define o final.

 

Chamam isso de roleta russa,

Mas ele tem o nome de todos,

Pois a guerra ainda expulsa,

Todo pobre sujeito aos jogos.

 

É preciso depormos as armas,

Antes que elas virem ciborgues,

E tenham vida própria e carmas,

Que possam tornar-nos buldogues.

 

Mas eu sei o que tudo resolve,

Desde tempos idos de impérios,

Onde matavam a quem se envolve,

De escravos a filhos e velhos.

 

Só não resolveram as diásporas,

Pois os vermes ainda resistem,

Com seus codinomes em sinagogas,

Dizendo o que querem e insistem.

 

Ainda existem atos de holocausto,

Imolando animais ao pedir perdão,

Mas hoje não se morre de assalto,

Pois há genocídio de Gaza a Sudão.

 

É preciso não crermos em livros,

E passarmos a crer nos exemplos,

Pois o livros dependem de bispos,

Mas a brisa depende dos ventos.

 

Eu queria saber qual meu fim,

Porque acredito no multiverso,

E penso em portais e confins,

Onde esteja o verbo em versos.