NO ÚLTIMO OLHAR...

Nada como um enfadonho amanhecer,

Para que os olhares, curiosos, alcançassem

O imenso vale, onde haveria de me esconder

Quando não mais acompanhasse

A minha parceira de longo viver !

Lembro-me quando. ainda, meninos,

Os nossos olhares se cruzavam,

Mesmo diante de conflitos e de desatinos:

Desejos que nos dominavam

E atrapalhavam os nossos destinos.

Na solidão dos meus aposentos,

Era ela, que não saia das minhas lembranças,

Pois trazia-me pesadelos ; tormentos;

Inquietudes e desesperanças

Para que eu não buscasse bons momentos.

Entre encontros e passeios , do nosso dia a dias,

Parecíamos gêmeos similares,

Dada a nossa tamanha sintonia

Por quaisquer que fossem esses lugares

Nesses tempos de alegrias...

Mas a ansiedade nos vinha, sem demora ;

Nesses tempos de acelerados corações,

Atuando há décadas, meses e horas,

Em meio às demais aflições,

Sofridas por casais que, também, choram !

Entretanto, diante de tantas terras e mares,

Trocando carinhos e vivendo nossas euforias ,

Chegamos ao desapego por pessoas e por lugares !

Era chego o triste e sombrio dia ,

Em que trocamos os nossos últimos olhares !!!

Ivan Limeira
Enviado por Ivan Limeira em 20/09/2024
Reeditado em 21/09/2024
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