NO ÚLTIMO OLHAR...
Nada como um enfadonho amanhecer,
Para que os olhares, curiosos, alcançassem
O imenso vale, onde haveria de me esconder
Quando não mais acompanhasse
A minha parceira de longo viver !
Lembro-me quando. ainda, meninos,
Os nossos olhares se cruzavam,
Mesmo diante de conflitos e de desatinos:
Desejos que nos dominavam
E atrapalhavam os nossos destinos.
Na solidão dos meus aposentos,
Era ela, que não saia das minhas lembranças,
Pois trazia-me pesadelos ; tormentos;
Inquietudes e desesperanças
Para que eu não buscasse bons momentos.
Entre encontros e passeios , do nosso dia a dias,
Parecíamos gêmeos similares,
Dada a nossa tamanha sintonia
Por quaisquer que fossem esses lugares
Nesses tempos de alegrias...
Mas a ansiedade nos vinha, sem demora ;
Nesses tempos de acelerados corações,
Atuando há décadas, meses e horas,
Em meio às demais aflições,
Sofridas por casais que, também, choram !
Entretanto, diante de tantas terras e mares,
Trocando carinhos e vivendo nossas euforias ,
Chegamos ao desapego por pessoas e por lugares !
Era chego o triste e sombrio dia ,
Em que trocamos os nossos últimos olhares !!!