Ausência

Face que de mim se oculta

Trazendo nessa ausência

A eterna lembrança

Do amargo fim

Frio que o riso ofusca

Queima e infringe dolorosa ardência

Matando qualquer esperança

Que habitava dentro de mim

Vazios de completos abandonos

Pesadelos chamados de sonhos

Dolorosas feridas abertas

Por silêncios feitos flechas

Inundações de dor e saudades

Amargo tempo em tenra idade

Nós que prendem os pés

Fixando-me contra a minha vontade

Corpo por lágrimas molhado

No peito um coração despedaçado

A boca guarda na ansiedade

A expressão que tem vontade

Engasga

Sufoca

Grita

Sem poder ser ouvida

Tortura contínua

Infeliz sina

Agonia bêbada

Que nunca finda

E nas esquinas do velho tempo

Morre a todo momento

Partes que outrora eram em mim

Alegrias celebradas em cor marfim

Face ingrata

Que a cada dia que passa

Mais distante se faz

Negando todo mal de que é capaz

E quando o amargo breu

Cerrar os olhos meus

No último doloroso suspiro

Jurarei o mesmo amor antigo

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 18/09/2024
Código do texto: T8154767
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