Ausência
Face que de mim se oculta
Trazendo nessa ausência
A eterna lembrança
Do amargo fim
Frio que o riso ofusca
Queima e infringe dolorosa ardência
Matando qualquer esperança
Que habitava dentro de mim
Vazios de completos abandonos
Pesadelos chamados de sonhos
Dolorosas feridas abertas
Por silêncios feitos flechas
Inundações de dor e saudades
Amargo tempo em tenra idade
Nós que prendem os pés
Fixando-me contra a minha vontade
Corpo por lágrimas molhado
No peito um coração despedaçado
A boca guarda na ansiedade
A expressão que tem vontade
Engasga
Sufoca
Grita
Sem poder ser ouvida
Tortura contínua
Infeliz sina
Agonia bêbada
Que nunca finda
E nas esquinas do velho tempo
Morre a todo momento
Partes que outrora eram em mim
Alegrias celebradas em cor marfim
Face ingrata
Que a cada dia que passa
Mais distante se faz
Negando todo mal de que é capaz
E quando o amargo breu
Cerrar os olhos meus
No último doloroso suspiro
Jurarei o mesmo amor antigo