POR UM TRIZ

POR UM TRIZ

 

Nossas vidas estão por um triz,

Como sopro num vale sangrento,

Pois as veias são mola motriz,

Mas sangram a todo momento.

 

Somos frágeis como passarinho,

Mas não temos alertas do rádio,

Porque bombas não dão carinho,

E Hiroshima provou esse gládio.

 

Não entendo matar moribundo,

Na barbárie que lembra Alcatraz,

Porque Gaza é o fim do mundo,

Onde somam sionismo e Hamas.

 

Lá soubemos como age a loucura,

E o consequente efeito manada,

Se ninguém sabe o que procura,

E essa cegueira resulta em nada.

 

Ali eu relembro do povo ariano,

Querendo ser dono do mundo,

Como se o resto fosse engano,

E a pena um sepulcro imundo.

 

Agiam desse jeito com minorias,

Sejam judeus, ciganos ou pretos,

E criaram os guetos da agonia,

Com câmaras de gás cianeto.

 

Mas ainda hoje brutos segregam,

Em roupas da moderna eugenia,

Pois roubam e nada entregam,

E nos dizem ser meritocracia.

 

Pelo sul global há puxa-sacos,

Compartilhando essa canalhice,

Pois não sabem dos predicados,

Que nos cobram até na velhice.

 

Mas os ricos não se sustentam,

Pois são ignóbeis sanguessugas,

Que não sabem porquê ostentam,

Se não levam daqui nem as rugas.