Poema sem fim

Então eu fiz. Vi brotar em mim,

o poema de um poema sem fim.

Que a fome linda, de lindo,

um peixe a dore, que no sonho

faminto de mim, com o preço absurdo

de eu não ter o que pagar.

Paguei um sem troco,

num esmalte de prato alvim,

a porção de um peixe assim.

Uma moça , uma velha senhora menina,

linda horror, me serve tão doce

e sem muito pudor, que o doce

tão doce, é ela me chamar de amor.

um carinho de um troço medonho.

Que sei, logo me vou acordar, e, a moça

que mata-me a fome de peixe, é um sonho.

Me vou, mas lhe deixo obrigado

num beijo, e agradecido

faço de um poema um sonho,

de um sonho faço o que

chamo de ti, meu doce e faminto,

poema sem fim.