NINGUÉM É DONO

NINGUÉM É DONO

 

A guerra é fruto da prepotência,

Corrompendo a tudo que alcança,

E por ser contra cada existência,

Traz o veneno na ponta da lança.

 

É a ganância quem dita o poder,

E faz os dardos e a zarabatana,

E sua doutrina é matar e morrer,

Sem entender o que reza o prana.

 

Se a energia vital é conosco,

E de modo gratuito nos é dada,

Porque temos de ser o desgosto,

Ou um louco de mente vendada?

 

Não aceite quem mata inocentes,

E quem o faz não merece piedade,

Pois devemos é ter descendentes,

E condições para a felicidade.

 

Ninguém é dono do que não tem dono,

Pois não há esse termo no Universo,

E cada ano é bem maior em Urano,

Onde eu não sei com quem converso.

 

Não aceito haver terra prometida,

Pois Deus fez o mundo a seu gosto,

E dá emprestado o direito à vida,

Com devolução ou até um imposto.

 

Deus não fez os dias com nomes,

Nem fez contas com semanas e mês,

Pois girou o planeta dos homens,

Mas só nos dá essa vida uma vez.

 

Depois da passagem como matéria,

Tudo se esvai em força e tempo,

E não pense num mundo de férias,

Pois quem ensina é o sofrimento.

 

Só não dê mais razão ao sofrer,

Nem queira viver como sionista,

E não deseje algo mais que o ser,

Pois o ter não é ser realista.