Vitória

Cristo Redentor não existe
Nas bordas do mar persiste
Frias águas em mar tropical
Apagam sol artificial
Ponte terceira une metades inteiras
Do repartido todo ao meio
Cinco pontes fazem uma travessia
Num vai não vai sem serventia
Pão de Açúcar derretido num Penedo
Acende-se no claro dia
Uma cebola em pedras descasca-se
Desacata cruz reverente
Igual ao Rio, Vitória persiste,
Insiste no aquém mar...

Denise Severgnini
11/01/2008
10h48min

Mote:
Poesia Cubista

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Poesia cubista.
O tema fica a cargo de cada um


De uma forma geral, a literatura cubista entende o poema como um objeto artisticamente autônomo, evitando o descritivo e privilegiando as descontinuidades e a fragmentaridade das idéias e dos versos. Não ordena os registros da memória, não narra o contínuo histórico, não opta por lirismos fáceis, não escreve sobre sentimentalismo amorosos. Graficamente, desafiam as convenções da escrita, não respeitam a gramática nem a prosódia, preferem a paródia da representação tradicional dos objetos.


   
"Cubismo Verbal"
    Autor: Antonio Miranda

“[...]
 como um corpo no vácuo da memória
 indefinidamente entre ir e vir.

Vejo as células mortas em minha pele flácida.”