QUESTÃO DE GOSTO

QUESTÃO DE GOSTO

 

O mundo só quer ser sustentável,

E não nos trata com desdém algum,

Mas se não respeitamos o inefável,

Então surgem Hades, Thor ou Ogum.

 

Mas certo são batalhas de flores,

Onde o espinho se vai pelo ralo,

Pois o arco-iris é chuva de cores,

Que o Sol propícia com o orvalho.

 

Foi cruzando o Brasil norte-sul,

Que eu vi porque a paz é difícil,

Mas aqui poderia até ser Istambul,

Pois cada ilusão parece de ofício.

 

Não disseram porque nós viemos,

Mas o certo é que somos o berço,

Que nina índios e até sarracenos,

Ou os portugueses que reconheço.

 

Aqui chegaram judeus e árabes,

Mas antes vieram os islamizados,

Que chegaram de vários lugares,

Mas muitos vieram escravizados.

 

A Europa tem culpa e mãos sujas,

Junto com a América e seus filhos,

E perduram com guerras malucas,

Como a máfia de ricos caudilhos.

 

Ser civilizado é questão de gosto,

Pois destroem achando que é certo,

Mas quem está no mato ou oposto,

É quem percebe o amanhã incerto.

 

Quem quiser ter um mundo elísio,

Não deve afrontar a mãe natureza,

Nem querer matar, pois é risível,

Quem lhes conflita com franqueza.

 

Não querem dar ouvidos ao outro,

Pois o que vale, somente ele pensa,

Então, quem contesta, vai pro esgoto,

Ou a bomba explode na sua presença.

 

Tudo agora é como na Pax romana,

Com os mísseis dizendo se viverei,

E assim eles tomam a minha cabana,

E me escarnecem em nome dos reis.

 

Até quando queres viver pela paz,

Eles te provocam até lhe matar,

E se tu exortas ser um bom rapaz,

Eles dirão: - E daí, vai sangrar!