COM O CIÚME

COM O CIÚME

 

Estou morrendo como um vagalume,

Pois me botaram lanterna na cara,

E o que foi tão somente um ciúme,

Mostra o que é a morte na vala.

 

Ninguém vê as dores da natureza,

Porque agora querem ter bacalhau,

Sem saber o que servem na mesa,

Quando a mesa é maca de hospital.

 

Mas esquecem tudo isso em Gaza,

Ou no Sudão e mesmo na Ucrânia,

Pois em um lugar já não há casa,

E só resta essa ganância insana.

 

Querem todo ouro negro do mundo,

E os grãos que brotam no cáucaso,

Mas só o meu vagalume é o imundo,

Se a minha jornada eu que faço.

 

Assim, eu voo como rasga-mortalha,

Pra lembrar a todos sobre a morte,

E assusto, até em meio às batalhas,

Pois um guerreiro nunca tem sorte.

 

Sempre tem quem queira as guerras,

Mas quem faz a guerra é o ladrão,

Pois tem sionista ladrão de terra,

Que diz ser herança de Abraão.

 

Vejo apenas cruéis assassinos,

Ou tarados a estuprar prisioneiros,

Sem lembrar do que será o destino,

Pois no mundo não há estrangeiro.

 

Só na paz é que teremos progresso,

Pois a terra quer mais que chorume,

Mas ninguém entende o que expresso,

E por isso sofro em meio ao ciúme.