Amor moribundo

Foi um tempo infecundo

Pensamentos enevoados

Mente confusa

Alma moribunda

Uma esperança rasgava

O coração sangrava

Feito tosse que persiste

Faz doer o peito e insiste

Tiram o apetite

O corpo seca

Em ossos confessa

Uma febre quase confundível

Fim de tarde

Suores pela testa

O sangue se derrama

Passam assim as semanas

Até que em um fim de dia

Tudo se encerra

Morre a esperança

Sobram algumas lembranças

Um peito aberto

Sem ninguém por perto

Escorrendo pelo chão

Rubro sangue

Tudo em vão

Uma correnteza carrega

O sangue as águas se mistura

A cor pálida

Traz a certeza

A morte é certa

Arrastando um corpo frágil

Sem muito cuidado

Se aquieta

Respira fundo

Fecha os olhos

Viaja para outro mundo

Refúgio

Sem fugir da realidade

Na sua fragilidade

Respira

Se aquieta

Um silêncio cortante

Seu companheiro de todo instante

Nos teus ouvidos penetra

Grita

Confessa

A dor que o peito cerca

Seca

O corpo que a carrega

Sem, contudo

Mudar o sentimento

Arrancá-lo de seu mundo

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 26/07/2024
Código do texto: T8115494
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