Amor moribundo
Foi um tempo infecundo
Pensamentos enevoados
Mente confusa
Alma moribunda
Uma esperança rasgava
O coração sangrava
Feito tosse que persiste
Faz doer o peito e insiste
Tiram o apetite
O corpo seca
Em ossos confessa
Uma febre quase confundível
Fim de tarde
Suores pela testa
O sangue se derrama
Passam assim as semanas
Até que em um fim de dia
Tudo se encerra
Morre a esperança
Sobram algumas lembranças
Um peito aberto
Sem ninguém por perto
Escorrendo pelo chão
Rubro sangue
Tudo em vão
Uma correnteza carrega
O sangue as águas se mistura
A cor pálida
Traz a certeza
A morte é certa
Arrastando um corpo frágil
Sem muito cuidado
Se aquieta
Respira fundo
Fecha os olhos
Viaja para outro mundo
Refúgio
Sem fugir da realidade
Na sua fragilidade
Respira
Se aquieta
Um silêncio cortante
Seu companheiro de todo instante
Nos teus ouvidos penetra
Grita
Confessa
A dor que o peito cerca
Seca
O corpo que a carrega
Sem, contudo
Mudar o sentimento
Arrancá-lo de seu mundo