NA CERTEZA DO UNIVERSO

NA CERTEZA DO UNIVERSO

 

Lembre-se do que tu não compras,

Nem alma ou o fogo das estrelas,

Enquanto que o afago das sombras,

Vem e te apaga sem percebê-las.

 

Não queiras entender das razões,

Quando a relva cresce na encosta,

E nem por que existem as maçãs,

Se o mundo não quer tua resposta.

 

Quando já estiveres num jazigo,

Ou teu corpo for só excremento,

O mundo vai continuar um abrigo,

Das noites de lua no firmamento.

 

E tenha a certeza que o Universo,

É como um planeta e seu inquilino,

E só tem seu tempo como um verso,

Ao ser poesia em cada menino.

 

Nunca mais queira ter razão,

Pois vozes são ecos do movimento,

E cala quem teme ou por agressão,

Então, viva sem cobrar o momento.

 

Não queira ser dono da casa, afinal,

Se nem o início foi de tua vontade,

Mas siga na trilha como um animal,

Pois tudo é de Deus ou insanidade.

 

Tu és tão somente a cereja do bolo,

Mas lembre que o bolo é importante,

Por isso a terra é nosso consolo,

É casa, é colo, é amor e corante.

 

Sem ela e o respeito, porque eu?

Se o planeta sobrevive sem nós,

E até os cometas têm um perigeu,

Mas, em torno do Sol, não de nós.