Tempo
Não me tomes por coisas que mal sabes
Entre o tempo e tudo que foi dito
Houveram ausências e fatos escondidos
E não digas que foi apenas eu
Que de mim nada escondeu
Hoje saboreio a acidez da solidão
Me aproprio da ausência em minha mão
Caminho suave entre toda escuridão
E com os pés cortados pelas pedras
No caminho deixadas
Sangro mas quase não sinto nada
Acostumei-me com o que antes eu temia
Não foi por covardia
Entre o tempo e tudo
Aceitei o meu mundo
Congelei o coração
Deixei quieto os sonhos
As melodiosas músicas que embalavam
Sutilmente
O que eu pensei compor a gente
Não me tomes então por erros
Todo amor era mais que verdadeiro
Te esperei por anos inteiros
Em um silêncio imaculado
Nem por um segundo
Invadi o teu mundo
Hoje, como ontem
Vivi em minha memória
Até criei uma história
Que jamais irás ouvir