Amor que é amor
Entre os silêncio
Vagam os pensamentos
Embalados pelos sentimentos
Em meio as pálpebras molhadas
Apertado em um peito despedaçado
Vive um amor
Que nada apagou
Por ser ele simplesmente amor
E a quem diz
Haver para ele a morte
Afirmo naquilo que nem quis
Morre o amor sem raiz
Amor que no peito se enraiza
Vive mesmo quando a vida finda
A distância não o afasta
A lembrança lhe basta
O silêncio não o perturba
Segue quieto, se camufla
Amor por ser amor
A quem ama não se obriga
Deseja apenas que nessa vida
O ser amado consiga
A alegria de verdade
A plena felicidade
E quem ama não se importa
Fica escondido atrás da porta
Que o separa e guarda
Na distância que outro gosta
Enquanto, em silêncio
Não emite um só lamento
Segue como o vento
Com o coração guardado
Cheio de sentimento
Lá no fundo abandonado
Mas vivo, o coitado
E as vezes até chora
Mas logo outro vento sopra
Trazendo lembranças de um momento
E a lágrima seca com o vento
Enquanto abre-se um leve sorriso
Sutil
Meio febril
E uma respiração profunda
Enche a alma moribunda
Fazendo o amor sobreviver
Entre os percalços
De nada poder fazer
E sendo verdadeiro esse amor
Devagar vai deixando de ser dor
Por acompanhar o fúnebre cortejo
Da finda esperança
De o poder viver
Mesmo sendo fria
A realidade que se anuncia
Amor que é amor
Ama sem receber amor
Ama por ser amor