Amor que é amor

Entre os silêncio

Vagam os pensamentos

Embalados pelos sentimentos

Em meio as pálpebras molhadas

Apertado em um peito despedaçado

Vive um amor

Que nada apagou

Por ser ele simplesmente amor

E a quem diz

Haver para ele a morte

Afirmo naquilo que nem quis

Morre o amor sem raiz

Amor que no peito se enraiza

Vive mesmo quando a vida finda

A distância não o afasta

A lembrança lhe basta

O silêncio não o perturba

Segue quieto, se camufla

Amor por ser amor

A quem ama não se obriga

Deseja apenas que nessa vida

O ser amado consiga

A alegria de verdade

A plena felicidade

E quem ama não se importa

Fica escondido atrás da porta

Que o separa e guarda

Na distância que outro gosta

Enquanto, em silêncio

Não emite um só lamento

Segue como o vento

Com o coração guardado

Cheio de sentimento

Lá no fundo abandonado

Mas vivo, o coitado

E as vezes até chora

Mas logo outro vento sopra

Trazendo lembranças de um momento

E a lágrima seca com o vento

Enquanto abre-se um leve sorriso

Sutil

Meio febril

E uma respiração profunda

Enche a alma moribunda

Fazendo o amor sobreviver

Entre os percalços

De nada poder fazer

E sendo verdadeiro esse amor

Devagar vai deixando de ser dor

Por acompanhar o fúnebre cortejo

Da finda esperança

De o poder viver

Mesmo sendo fria

A realidade que se anuncia

Amor que é amor

Ama sem receber amor

Ama por ser amor

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 11/07/2024
Código do texto: T8105035
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