ESCÓRIA E SÚCIA

ESCÓRIA E SÚCIA

 

Nos dias de hoje o pobre agoniza,

Mas também podem ter sonhos,

Porque os algoritmos são balizas,

Que não nos revelam quem somos.

 

Vivemos todos com muitos desejos,

Sejam necessários ou só luxúria,

E é assim tudo que ouço ou vejo,

Quando se luta por causa espúria.

 

É um fato o fascismo na América,

Pois acolheram os velhos nazistas,

E mentiram até mesmo com Eureka,

Quando a bomba matou xintoístas.

 

Vimos o mal nas grandes guerras,

E também vimos o bem se acovardar,

Pois tivemos a chave que encerra,

Mas as guerras teimam continuar.

 

Criaram os bolsões de penúria,

Pois assim sustentam o capital,

Com desculpas que são injúrias,

Se a pobreza tem dono ao final.

 

Hoje a riqueza está mais concentrada,

E a pobreza tem o disfarce do pecado,

Como fosse numa punição profetizada,

Onde fé e capital distraiam o gado.

 

Somos levados a idolatrar o algoz,

E achar que a nobreza é divina,

Para aceitar que nos calem a voz,

Ou votarmos nos donos da cantina.

 

A escória humana se faz de direita,

Por causa da morte das liberdades,

Pois usam cabresto até na colheita,

Ou nos latifúndios de cada cidade.

 

Pois vendem o direito de ir e vir,

Falando que tudo depende da compra,

Mas só quem compra é o grão vizir,

Que é sinônimo de quem dá a bronca.

 

A súcia domina todos os palácios,

Bem como os púlpitos dos templos,

Ou as teocracias avançam no Lácio,

Porque já nos roubaram faz tempo.