A COMPLETUDE

A COMPLETUDE

 

Ter crenças não é algo normal,

Pois deveríamos ter só dúvidas,

Como há curiosidade por capital,

E a ciência ditando as curvas.

 

A humanidade quer ser eterna,

Com a razão para aqui existir,

Porque o caos não é a caverna,

Mas sim o sol que faz sentir.

 

Não somos apenas sais minerais,

Se o hidrogênio e hélio ebulem,

Pois se há Bahia ou Minas Gerais,

É pelo café ser mais que o bule.

 

Tudo que existe tem o seu porque,

Pois a completude é ter equilíbrio,

E se não sabemos o que faz sofrer,

Devemos sonhar e curar o delírio.

 

Mas há quem creia sem ter visto,

E isso remonta aos dias sem paz,

Com as guerras em nome de Cristo,

Por ouro e fé que não satisfaz.

 

Enquanto pudermos ter esperança,

Talvez a fé nos ajude a esperar,

Mas não precisamos ser a balança,

Pois há fome e sede no caminhar.

 

Só não precisamos ter um chicote,

Nem ter chefes ou reis e palácios,

Mas se alguém rico sofre calote,

É porque tem demais ou foi fácil.

 

Quando a riqueza nos traz desamor,

E não a partilha do que se constrói,

A vida vai querer amanhã, ó senhor!

Sendo essa a razão, até quando dói.