Do labirinto a claridade
Grande verdade a encarar
Face no espelho a condenar
Olhos dissociados a olhar
E não enxergar a realidade
Vislumbra-se a multidimensionalidade
Tantas perspectivas e possibilidades
Por onde começar?
Algumas crueldades no caminho
Acesso restrito, grupo seleto
Muitos assistem, poucos desfrutam
Raros são os que aproveitam
Observo, às vezes de longe,
Outras, imersa, bem de perto
No horizonte depois do labirinto
Tomo um tempo para associar
Parei de rodar e de me perder pelo caminho
Cruzo limites, encontro saídas
Algumas delas me levam a esquinas
Que antes, não pude cruzar
Desbravei em pensamento,
Pescando letras num teclado imaginário
Me preparando como pude, com o pouco que tinha
Dando valor enquanto também sentia dor
De não ter, não ser, não possuir
Apenas estar, me resignar, esvaziar
Rezar para encontrar
Segui em frente, abrindo trilha na mata
Densa, úmida, enlamaçada
Por vezes atolei, outras escorreguei
Algumas me levaram ao rio,
Braços abertos, coração renovado
Água límpida, alma a purificar
Me banho nas águas
Abraço Oxum, a reverencio
Sigo meu caminho, encantada
Com autoestima resgatada
Certa de todo o amor que há
Em meu destino