Do labirinto a claridade

Grande verdade a encarar

Face no espelho a condenar

Olhos dissociados a olhar

E não enxergar a realidade

Vislumbra-se a multidimensionalidade

Tantas perspectivas e possibilidades

Por onde começar?

Algumas crueldades no caminho

Acesso restrito, grupo seleto

Muitos assistem, poucos desfrutam

Raros são os que aproveitam

Observo, às vezes de longe,

Outras, imersa, bem de perto

No horizonte depois do labirinto

Tomo um tempo para associar

Parei de rodar e de me perder pelo caminho

Cruzo limites, encontro saídas

Algumas delas me levam a esquinas

Que antes, não pude cruzar

Desbravei em pensamento,

Pescando letras num teclado imaginário

Me preparando como pude, com o pouco que tinha

Dando valor enquanto também sentia dor

De não ter, não ser, não possuir

Apenas estar, me resignar, esvaziar

Rezar para encontrar

Segui em frente, abrindo trilha na mata

Densa, úmida, enlamaçada

Por vezes atolei, outras escorreguei

Algumas me levaram ao rio,

Braços abertos, coração renovado

Água límpida, alma a purificar

Me banho nas águas

Abraço Oxum, a reverencio

Sigo meu caminho, encantada

Com autoestima resgatada

Certa de todo o amor que há

Em meu destino

Rafaela Andrade
Enviado por Rafaela Andrade em 08/06/2024
Reeditado em 08/06/2024
Código do texto: T8081013
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