FORTUITOS OU CAROS
FORTUITOS OU CAROS
Quem vem de um tempo antigo,
E sabe que há jovem e moderno,
Só pede ao poeta um artigo,
Mas dispensa gravata e terno.
E quem já vestiu um colete,
Sabe que no calor é tortura,
Mas se não tiver café com leite,
Posso querer um chá de cultura.
Onde o tempo não se congela,
Tudo muda e é preciso aceitar,
Que a vida, eu sei por Mandela,
É para aprender também a amar.
E se não fosse a nossa infância,
Com os amores fortuitos ou caros,
Eu não teria vencido a distância,
Na qual eu achei o bem mais caro.
Depois de andar, de suar e sofrer,
Depois de amar nas paixões pueris,
Eu posso dizer o que me faz viver,
Porque vivo o amor e sou tão feliz.
Mas não digam isso pra ela,
Senão ela vai se achar demais,
Com a certeza que devo a ela,
O meu coração, minha fé e a paz.
Quem pensa que pode viver só,
Não sabe o quão é bom partilhar,
Andando juntinho sob lua e sol,
Na areia da praia, diante do mar.
Entre discussões ou alegrias,
A vida de um par requer amizade,
Sem ser preciso ter nostalgias,
Pois o amor é graça e santidade.