BERÇO E JARDIM

BERÇO E JARDIM

 

Meu anjo da guarda me ensina,

Que a guerra é passado em mim,

Mesmo tendo heróis como sina,

Porque África é berço e jardim.

 

Esses anjos são cheios de glória,

E histórias de vida com o povo,

Com o axé do amor nas vitórias,

Pois meu clã é meu ninho e ovo.

 

Desde os tempos reais e austeros,

Somos a boa aventura na natureza,

E carrego meu facão e o martelo,

Junto ao arco, o oxé e a certeza.

 

São tantos segredos de cada orixá,

Que vem de Olorum e o dono do ori,

E vestem a Ogum, Oxossi e Oxalá,

Ou reis e rainhas cantando oriki.

 

Também temos Yemanjá, Oxum e Oiá,

Com Oxumarê, Logun, Ewá e Xangô,

Mas não se esqueça de ir saldar,

Os pequenos eres num canto nagô.

 

Lembrem que Nanã é avó e seduz,

E Obaluaê é seu filho e a cura,

Junto a Ossaim, com ervas e luz,

Mas só com Exú há fruta madura.

 

Todo dia eu acendo a boa muíla,

E deito numa adicissa de taboas,

Sento no apoti quando a lua brilha,

E como do prato que não me enjoa.

 

Eu tomo meus banhos de ervas,

E vou ao xirê na casa de angola,

Tocando pro santo de vida eterna,

Onde o abiã quer navalha e bola.

 

E assim vejo os cães de Ogum,

Junto ao leões do velho Xangô,

Enquanto pia a coruja de Oxum,

Ao lado de Dã, que me acode, Sinhô!