Póstumas

 

Deito a margem de mim 

Abro-me como a um livro 

Talvez Memórias Póstumas de Brás Cubas

O certo é que estou em maturação. 

 

Falo com a minha sombra enquanto ando 

Hoje uma nuvem tomou-me toda 

O desejo come-me a boca, a língua

E então calo-me na última página do livro.

 

Saem pelos poros um grito lógico do óbvio 

A música crava no infinito no teclar do vício 

Não deu tempo fechar as cortinas e já é noite

Há um paradoxo no refazer do percurso.