PONTOS DE INTERROGAÇÃO
(Poesia realista)
Que destino nos aguarda neste turbilhão
De vida
Onde uma criança desnutrida vagueia desamparada
Pelas vielas?
O que nos reserva o amanhã neste inquieto espaço
Onde as mães perdem-se nas noites ditas urbanas
Em busca dum pedaço de pão?
Que promessas traz o futuro em meio a este caos
Onde o anômalo é tido como normal
E a malvadeza se torna o habitual?
Que legado nos espreita no rincão do tempo
Quando a bússola ética se quebra e se desaba por terra
Ou quando a harmonia moral se desvanece
E a mente se desnorteia?
Que desfecho se desenha neste conturbado cenário
Onde 'dirigentes' não passam de inúteis, vândalos
E ladravazes?
Mas que caminhos nos surgem neste redemoinho
De dias?
E ainda, que porvir nos acena neste mundo voraz
Quando permanecemos parados
Assistindo passivos, sem tomar atitude?
A resposta reside em cada consciência despojada
De hipocrisia e falsidades.
Redigido em Kimbundu.
Tradução portuguesa do autor.