Ecos de um sonho
Hoje sonhei com você
Lia seu nome e sobrenome
Escritos em um pedaço de papel
Sentia familiaridade,
Pertencia àquela realidade
Paralela, quase distópica
Um tanto dismórfica
Corporalmente, impactante
Uma presença que fica
Encosta na pele
Queima, mas não só
Atravessa, adentra
De forma latente, envolvente
Assim como teu sorriso
Acordo sentindo saudade
Do que sequer pôde ser concluído
O mergulho foi superficial
Só pude nadar em águas rasas
Já descongeladas,
Ainda há um profundo iceberg
A aquecer e derreter
Olho de fora, penso
Um pouco de água
Me parece melhor do que nada
Quase me jogo, mas lembro
A sede é tanta que não poderia entrar devagar
Quero mergulhar, mas sem a cabeça quebrar
Respiro fundo, retomo a consciência
Engulo a minha sede, dou um passo atrás
Volto ao lar que construí e aprendi a amar
De tanto chorar percebo que sou água
Não preciso ir lá fora mergulhar
Me aprofundo em mim,
Aprendo um pouco mais sobre autoamor
Me acolho nas águas quentes do meu coração
Amenizo a tua falta e a solidão