Solidão

Na solidão cri na história que inventei

Dei vida às palavras

Arrumei-as de forma delicada

Um cenário eu criei

Ouvi o que eu queria

Transformei as palavras vazias

Em potes de doce mel

Todas no coração guardei

Fui me ajeitando entre as coisas

Aceitei razões sem sentido

Deixei a mentira ser permitida

E por muitas vezes fechei os ouvidos

Fiz diminuto o longo tempo

Justifiquei sentimentos

Aceitei todas as culpas

Por esperar por um momento

E no tempo tudo se desfazia

E eu à mim mentia

Me vi silenciada

Na estante guardada

Noutras, a gaveta me teve

Enquanto a vida seguia

Sem a minha companhia

Acompanhei silenciosa

E quando a voz saía

Gritos se ouvia

Nesse tempo eu já não sabia

Se a mentira se transformaria

No belo dia que eu queria

E antes que eu desse conta

A solidão ardia

Queimava minha triste alma

Deixando mais uma vez suas marcas

Abrindo profundas feridas

Que carregarei pela vida

Olhando hoje para trás

Me dei conta que minha companhia

Fosse noite ou fosse dia

Sempre foi aquela de quem eu fugia

A constante solidão

Que permanece segurando a minha mão

Gabriela S V
Enviado por Gabriela S V em 26/05/2024
Código do texto: T8072197
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